13 livros sobre o Terramoto de Lisboa Juntei nesta lista alguns dos livros que nos levam para 1 de Novembro de 1755 e para os dias que se seguiram. Com estes livros, vamos caminhar sobre escombros. A terra revoltou-se e todos pensaram que era Deus que se revoltava. Lisboa foi arrasada e, graças a este acontecimento, é hoje uma cidade-mistério. Uma cidade em que caminhamos e olhamos o que hoje existe ao mesmo tempo que imaginamos o que já não existe. Caminhamos sobre uma cidade que foi e já não é, mas ainda é.

5 livros de ficção com freiras + 1 bónus. Por ser um ambiente fechado, o convento excita-nos a imaginação e a curiosidade. Há lendas de túneis para entrada sorrateira e fuga desesperada. Há histórias dramáticas, sangrentas e depravadas. E a literatura bem tirou partido delas.

Ler por aí… em Lisboa, e outras cidades, que também são recordadas: A História de Roma, de Joana Bértholo
Joana passeia o rapaz suíço por Lisboa: andamos com eles por Santos (o Museu Nacional de Arte Antiga), Campo Grande (o Museu Bordalo Pinheiro), Marquês de Pombal (a Estufa Fria), a Almirante Reis e o Intendente (a Casa Independente), Alfama e Graça, Santa Apolónia, Terreiro do Paço (o Martinho da Arcada) e Chiado (e as Belas Artes). E com isto, vejo que acabo de criar um circuito para este livro!

Ler por aí… em Castelo Rodrigo: A Aldeia das Almas Desaparecidas de Richard Zimler
Estamos na aldeia de Castelo Rodrigo, próximo da fronteira com Espanha e a Sul do rio Douro. Esta é a paisagem da aldeia mais bela do mundo, segundo o nosso protagonista, Isaac Zarco. Reconhecemos este sobrenome de outros livros de Richard Zimler, em primeiro lugar do primeiro deste Ciclo Sefardita, O Último Cabalista de Lisboa. Isaac dista de Berequias 150 anos e várias gerações – e quase 400 quilómetros! O século XVII vai avançado, os Filipes espanhóis já se foram embora, mas reina a Inquisição.

Ler por aí… na Islândia: A Raposa Azul, de Sjón: Tenho esta imagem da Islândia: um território extremamente vulcânico, em constante erupção e mutação, em que territórios que hoje existem amanhã podem já lá não estar, e vice versa. Por isso, fico a pensar se alguns dos locais referidos pelo autor existiriam no século XIX e hoje já não existem, ou se foram simplesmente inventados por ele.

Ler por aí… no Tâmega-Sousa – Norte de Portugal: A Sibila de Agustina Bessa-Luís Não está explícita a localização da Casa da Vessada, mas há indícios na obra que a colocam algures no Tâmega, algures no triângulo formado por Amarante, Penafiel e Marco de Canaveses. No centro deste triângulo encontramos Vila Meã, terra natal de Agustina Bessa-Luís. E é em Vila Meã que se situa a Casa do Paço, casa que inspirou a Casa da Vessada. Esta informação não vem do texto, mas sim do website do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, que disponibiliza um Roteiro Literário da obra da autora.

Uma oficina de restauro de pianos em Benfica, mas não nos prédios que hoje lá existem. Era no núcleo antigo de Benfica que ficava a oficina. Dos pianos velhos que jaziam no cemitério retiravam-se peças para os pianos a reparar. Dentro de um piano, uma peça de um piano mais velho, como no filho, e no neto, há peças do pai e do avô. A história desenvolve-se neste círculo, e alterna entre duas épocas e duas gerações, – a renovação. Nascimentos e mortes coincidem no tempo. O mais velho dá lugar ao mais novo. A vida acontece no entretanto, sempre repetida, mas diferente.

“Caso não saiba que fazer com os olhos ávidos, tem sempre ao seu dispor esse outro, sempre próximo, interior : um livro.”
Esta é a proposta de Susan Sontag logo desde o prólogo de “O Amante do Vulcão”. A autora leva-nos até Nápoles, uma pacata cidade a caminho do Sul de Itália, encostada nas sombras do Monte Vesúvio. Mas mais do que oferecer-nos uma viagem turística, Susan Sontag leva-nos a viajar no tempo até aos finais do século XVIII, na companhia de Sir William Hamilton, embaixador inglês para o Reino das Duas Sicílias, então ainda uma posse do reino Bourbon de Espanha, e também conhecido entre os seus pares ingleses com o nome de Il Cavaliere.

Logo na primeira frase do seu Breviário, Predrag Matvejevitch adverte: «Não sabemos ao certo até onde vai o Mediterrâneo, nem que parte do litoral ocupa, nem onde acaba». E, no final do parágrafo, ainda acrescenta: «O Mediterrâneo não é apenas uma geografia», como que a anunciar que a obra que se segue evoca mais do que descreve. O Mar de Matvejevitch é um território abstracto e organizado sobre uma tecedura complexa de espaço e tempo.

Os tambores da chuva só se ouvem quando vai chover. Avisam o exército turco que é hora de retirar.

O cerco a esta cidadela albanesa começa em 18 de Junho e termina em 1 de Outubro, de um certo ano do século XV. O cerco turco durou todo o Verão, e era sabido que se não tomassem a cidadela durante o tempo seco, não iriam conseguir fazê-lo após as primeiras chuvas.

Gaivotas em terra, dizem, tempestade no mar. No caso da gaivota Kengah, tratou-se de uma tempestade negra: foi uma maré negra de petróleo que a forçou a ir para terra e quase a matou. Uma maré negra no Mar do Norte, junto à foz do rio Elba, na Alemanha, ponto de encontro de rotas migratórias das gaivotas.

‘Chegou o decreto do Altíssimo e, com ele, o fim.’ Coube-me a mim fechar-lhe os olhos. Perdurar é privilégio de Alá, mas não consigo evitar as lágrimas enquanto rezo por al-Mu’tamid que foi meu rei e um poeta bem mais auspicioso do que o seu trágico destino. Luto contra esta dor como contra um dilúvio, ainda assim não paro de chorar. Faço por me lembrar que ele nunca me perfilhou, …

Ler por aí… no al-Andalus: Crónica do Rei Poeta al-Mu’tamid, de Ana Cristina Silva continue a ler »

Há muitos lugares na vastidão deste mundo em que ainda não temos uma proposta de leitura para Ler por aí… Se fosse viajar para Bolonha, Itália, que livro levaria na bagagem? Se tiver uma boa sugestão, aceite o desafio e deixe o seu comentário nesta página ou envie-nos uma mensagem para lerporai@lerporai.com. Divirta-se a Ler por aí… Margarida Branco © Ler por aí…