REQUIEM (passeio literário)

Pensei: o gajo nunca mais chega. E depois pensei: não posso chamar-lhe “gajo”, é um grande poeta, talvez o maior poeta do século vinte, morreu há muitos anos, tenho de o tratar com respeito, ou melhor, com respeitinho.”

Um passeio a pé e de eléctrico, que inicia no Cemitério dos Prazeres, onde Antonio Tabucchi está sepultado, e termina no Museu Nacional de Arte Antiga. Pelo caminho, acompanhamos o protagonista nos seus vários encontros.

O passeio é adequado a quem já leu o livro, que irá relacionar cada paragem com os acontecimentos da história, mas também é interessante para quem ainda não o leu, a quem este passeio irá certamente abrir o apetite.

Requiem tem por subtítulo “uma alucinação” e conta um sonho repleto de encontros com pessoas vivas e mortas, em que Fernando Pessoa vagueia. Escrito em português como tributo a Fernando Pessoa e homenagem ao país que acolheu o autor, foi publicado em 1992 e recebeu o prémio do PEN Club italiano.

Esta história que se passa num domingo de Julho numa Lisboa deserta e tórrida é o Requiem que a personagem a quem chamo ‘Eu’ teve de executar neste livro. Se alguém me perguntasse porque é que esta história foi escrita em português responderia que uma história como esta só poderia ter sido escrita em português, e pronto.”

Antonio Tabucchi nasceu em Pisa em 1943. Numa das suas viagens pela Europa descobriu, em Paris, a obra de Fernando Pessoa. A partir daí, Tabucchi tornou-se um apaixonado por Portugal e pela personalidade e obra de Fernando Pessoa. Em 1969 terminou o doutoramento em Estudos Portugueses com uma tese sobre o Surrealismo em Portugal. Leccionou Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Bolonha e na Universidade de Génova. Em 1990, foi condecorado pelo Presidente da República Ramalho Eanes com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e foi também nomeado Chevalier des Arts et des Lettres pelo Governo francês. Para além de Requiem, é autor de Mulher de Porto Pim, Nocturno Indiano, Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa, Afirma Pereira, entre outros. Faleceu em 2012 e está sepultado no Talhão de Artistas do Cemitério dos Prazeres. em Lisboa.

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